É conhecido o nosso profundo desacordo em relação às Perspectivas Financeiras 2007-2013, que representaram um corte importante no orçamento da UE. Ademais, estabeleceram-se como prioridades a famigerada "Estratégia de Lisboa" e a política externa, em detrimento dos Fundos Estruturais e de Coesão. É hoje manifesta a sua insuficiência para fazer face à situação económica, social e ambiental com que a UE está confrontada, com desigualdades acrescidas e, por conseguinte, necessidades de coesão também acrescidas.
Com a entrada em vigor do Tratado de Lisboa, ficou estipulado "que o Conselho adopta o regulamento que estabelece o quadro financeiro plurianual, após a aprovação do Parlamento Europeu" e que as instituições devem trabalhar em conjunto para encontrar uma solução tendo em vista a adopção do QFP.
Este novo enquadramento é o motivo que justifica a posição do relator, de rejeição do projecto de regulamento do Conselho - que mais não representa do que a regulação do acordo celebrado em 2006 - por entender que não estão salvaguardados os novos poderes do parlamento.
Pela nossa parte, reiteramos que o QFP deve ter como prioridade absoluta a resposta aos graves problemas sociais criados pela crise económica e social, com um aumento significativo do orçamento comunitário para apoio da coesão económica e social.