Esta é uma integração assimétrica. Na distribuição dos benefícios e dos prejuízos do mercado único, das políticas comuns e da moeda única, uns e outros caem sempre para os mesmos lados.
O orçamento da União Europeia deveria ter por função combater a divergência, contrariar os efeitos assimétricos da integração, promover a convergência real.
Deveria, mas não o faz. E não o faz porque a coesão nunca foi dotada dos meios necessários para tal. Apesar disso, em vez de reforçarem a coesão querem, a partir de 2020, desferir-lhe um forte golpe. O mesmo é dizer: desferir um forte golpe nos países, como Portugal, para os quais a coesão tem mais significado.
Tudo isto para beneficiarem ainda mais os beneficiários líquidos da integração, as grandes potências europeias, que agora se lançam numa perigosa deriva militarista e securitária que querem financiar com o orçamento da União Europeia, à custa da coesão.
Este é um caminho que deve ser rejeitado. A resolução que estamos a discutir não o faz com a firmeza que se exigia. Pelo contrário, legitima-o.