Com a aprovação deste Quadro Financeiro Plurianual consuma-se uma farsa há muito anunciada.
Num tempo em que se aprofundam a natureza desigual da integração, a interdependência assimétrica e a divergência entre países e regiões, fica à vista de todos a verdadeira face da União Europeia, o embuste da solidariedade europeia.
Pela primeira vez na História o orçamento é reduzido em termos nominais. Se já era pequeno, agora foi esmagado, mesmo no quadro de um novo alargamento.
Os maiores beneficiários do Mercado Único e das políticas comuns, mais uma vez, levaram a sua avante e impuseram os cortes que desejavam.
A coesão é a grande prejudicada. Persistem desigualdades escandalosas na distribuição das verbas da PAC. A condicionalidade macroeconómica imporá a chantagem permanente sobre os Estados em maiores dificuldades.
Com esta aprovação cai também por terra a máscara e a demagogia da social-democracia europeia. Verberaram o acordo alcançado no Conselho. Ele é vergonhoso, de facto. Mas aqui estão agora a aprová-lo, o que não é menos vergonhoso.