Começou mal este debate sobre o futuro. A proposta apresentada é de continuidade e não tem em conta nem as profundas desigualdades sociais, nem as crescentes divergências entre os diversos Estados-Membros. É uma proposta que espelha umas perspectivas financeiras para uma União que funciona cada vez mais na base do principio do "salve-se quem puder", que os países mais poderosos e mais desenvolvidos estão a impôr aos Estados-Membros de economias mais frágeis e de muito graves problemas económicos e sociais.
Assim, além de ignorar a crise que se vive na zona euro e as suas consequências no desemprego e na pobreza, de não avançar propostas claras para uma efectiva política de coesão, de não apontar linhas e verbas fundamentais para o apoio à produção e ao emprego com direitos, esquece a necessidade de reforçar significativamente o apoio ao desenvolvimento e à cooperação.
Por isso, insistimos num outro orçamento geral que dê garantias de rendimentos mínimos e de serviços públicos de qualidade que garantam a erradicação da pobreza, que respeite e apoie quem trabalha, que promova uma efectiva igualdade de direitos e oportunidades e o progresso social.