Intervenção de Bruno Dias na Assembleia de República

A proposta do Governo corta metade do aumento de que os reformados têm direito

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Vamos começar por esclarecer uma coisa: o que o Governo vem propor, o que está no diploma que o Governo apresenta, não é a atribuição de qualquer apoio aos reformados, seja meia pensão ou o que for. Não!

O que o Governo aqui propõe é a suspensão da lei em vigor; com um regime de exceção que atualiza as pensões de reforma em metade do valor a que os reformados têm direito!

Esta proposta do Governo prejudica os reformados e pensionistas, face ao que a Lei hoje estabelece. 

Sr. Ministro, como é que está à espera que essa medida seja votada?!

O que é preciso não é restringir, limitar as pensões na sua atualização: o que é preciso é aumentar as pensões – e os salários! Defender o poder de compra e as condições de vida de quem trabalha, e de quem trabalhou uma vida inteira.

Mas mais: é urgente travar a inflação, no concreto pelo controlo e fixação de preços. Impedindo a especulação e a escalada do custo de vida.

O Sr. Ministro e o Governo continuam a fazer de conta que não percebe que há quem esteja a ganhar milhões à custa das populações e dos sectores produtivos, aproveitando-se da crise?

O Sr. Ministro e o Governo continuam a fugir a sete pés do debate (e mais ainda, da ação concreta) na tributação extraordinária desses lucros milionários. Recusaram sempre essas medidas para não afrontar os interesses dos grandes grupos económicos. 

O Sr. Ministro diz que o Governo põe as famílias em primeiro lugar. Isso pode ser verdade para algumas famílias. A família Amorim, a família Mello, e outras do mesmo calibre, que estão entre os principais beneficiários das opções políticas do Governo. São os interesses que a direita defende e representa. Os senhores escolhem os interesses que defendem e a companhia que têm. Os senhores escolhem a companhia com que se encontram. Os senhores escolhem de que lado estão. Escolhem que interesses defendem e escolhem a vossa companhia. O que nós perguntamos é se vão continuar a ignorar a necessidade concreta desses recursos serem colocados ao serviço do povo e do País?

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