No Ano Europeu da Ferrovia, aceitei o vosso desafio: deslocar-me de comboio de Lisboa a Estrasburgo!
Em três dias de viagem, 6 comboios, 57 horas, esta viagem demonstra que a vossa propaganda não tem adesão à realidade.
A supressão das ligações internacionais desde Portugal, representando um inaceitável retrocesso de 130 anos, são um sinal do processo de liberalização e “harmonização” imposto desde a UE para a ferrovia, que serve o caminho de concentração da operação à medida das grandes multinacionais e contribui para a degradação das ligações internacionais, regionais e locais, que o desinvestimento de sucessivos governos efectivou.
A aposta na Ferrovia como um elemento estruturante da coesão territorial e da promoção da mobilidade exige uma resposta pública nacional que responda em primeiro lugar às necessidades das populações e de desenvolvimento de cada país, prevendo investimentos a longo prazo na renovação da frota, com incorporação nacional na vertente tecnológica e produtiva, o reforço ou reposição de ligações, o aumento da oferta, a redução de tarifas.