Votámos contra porque não é considerado o multilinguismo em todas as
suas aplicações práticas. Estão a ser dados passos que poderão levar à
criação de um directório que selecciona as línguas a utilizar. Foi
lamentável terem sido rejeitadas as propostas que pretendiam alargar o
leque de línguas, incluindo línguas de imigrantes.
Citando a
Comissão: "as instituições da UE devem procurar um equilíbrio entre os
custos e os benefícios de ser multilingues". Ora, esta afirmação vem na
sequência de diversas e repetidas discriminações relativas à
utilização, tradução e interpretação das línguas oficiais da UE, bem
como ao despedimento de algumas dezenas de professores que trabalhavam
nos serviços da Comissão, aumenta as preocupações que temos com a
necessidade de defender o multilinguismo como um valor cultural da UE.
Por
isso, defendemos um acordo interinstitucional relativo a um quadro
jurídico escrito para o regime linguístico da UE, que respeite a
diversidade de culturas e de línguas, dado que a língua é a expressão
mais directa da cultura, e que garanta a igualdade de tratamento de
todas as línguas oficiais, pondo fim à pretensa distinção entre
"línguas oficiais" e "línguas de trabalho" que tem servido para
discriminar algumas línguas, designadamente o português.