A proposta do Parlamento Europeu para o Orçamento da UE para 2021 de 181.762.377.716 € em dotações para autorizações (incluindo reservas e instrumentos especiais), com vista às negociações com a Comissão e o Conselho que se seguirão, representa um corte de cerca de 3 mil milhões de euros, face aos 184.653.020.318 do Orçamento rectificado de 2020. Num momento em que os efeitos da primeira vaga ainda se estão a verificar e em que se agrava a situação socioeconómica com a segunda vaga da COVID-19, esta proposta representa, de forma clara, uma base negocial negativa e insuficiente face à proposta do Conselho que determina uma redução de cerca de 20 mil milhões de euros.
Ao mesmo tempo que reduz os montantes para a tão necessária coesão económica, social e territorial, aumenta, em mais de 1,7 mil milhões de euros, as dotações das rubricas ligadas à militarização, securitização e intervencionismo da UE - que totalizam já mais de 20 mil milhões de euros.
Este Orçamento deixa, mais uma vez, evidente a ausência de solidariedade do processo de integração capitalista europeu e coloca ainda mais a nu a orientação estratégica da União Europeia em benefício das principais potências e dos grandes grupos económicos e financeiros, e a sua natureza neoliberal, militarista e federalista.