O desfecho do debate orçamental para 2011 era previsível, tendo em conta as responsabilidades do conselho e dos principais grupos políticos deste parlamento, seja na definição e aceitação do actual Quadro Financeiro Plurianual, seja na aprovação dos sucessivos orçamentos a que este tem vindo a dar cobertura.
Mas o que este acordo não apaga, antes reforça, são as muitas razões de crítica a este orçamento que aqui temos deixado.
Perante o agravamento da crise económica e social, do desemprego e das condições de vida de milhões de pessoas - para o que em muito contribuem os planos de autêntico terrorismo social que a UE tenta impor aos Estados-membros - todos ficamos a saber novamente qual o verdadeiro significado da tão apregoada "solidariedade europeia": um orçamento que não vai além de 1% do RNB comunitário, incapaz de assegurar qualquer função redistributiva, incapaz de assegurar a coesão económica e social e que, sem dúvida, vai acentuar os efeitos perniciosos das políticas que a UE vem prosseguindo.
Mais uma vez dizemos que existe uma alternativa a este orçamento e que ela é não apenas possível como verdadeiramente necessária!
Uma alternativa que passe por um reforço significativo do orçamento comunitário, com base em contribuições justas dos Estados-membros, de acordo com o seu RNB.