Este orçamento rectificativo espelha bem as contradições dos orçamentos da União Europeia. Por um lado, tem valores globais baixos face às necessidades de políticas de coesão económica e social. Mas, por outro lado, as verbas não são gastas por que os países que mais precisavam desse dinheiro tiveram dificuldades orçamentais para o co-financiamento exigido.
No entanto, rejeitaram as propostas que apresentámos para diminuir as exigências de co-financiamento, designadamente numa época de crise. São as contradições e irracionalidades da política comunitária que apenas favorecem os países mais ricos e desenvolvidos, acabando por agravar as desigualdades sociais e assimetrias regionais.Daí o nosso voto contra.
O próprio relatório justifica a nossa posição quando sublinha que "existem diferentes motivos para o aparente abrandamento nos pagamentos, comparativamente ao ritmo previsto, consoante o Estado-Membro. Em primeiro lugar, a situação económica actual provocou, em alguns casos, dificuldades na disponibilização de co-financiamento nacional. Em segundo lugar, o facto de a execução do desenvolvimento rural, em 2009, demonstrar um perfil menos dinâmico do que no ano relevante do período de programação anterior explica-se pela aprovação tardia de determinados programas, bem como, no caso da Roménia e da Bulgária, por uma falta de experiência anterior suficiente na execução de programas de desenvolvimento rural".