O nosso voto contra este relatório, que representa um passo mais dado no sentido da constituição e operacionalização do Serviço Europeu de Acção Externa (SEAE), constitui uma posição coerente com a nossa oposição à criação deste serviço.
Ponto central do Tratado de Lisboa e peça fundamental do federalismo na União Europeia, vai envolver mais de cinco mil pessoas nas futuras 130 embaixadas da UE nos diversos países do mundo. Uma mega-estrutura diplomática que inevitavelmente subalternizará as representações e interesses dos Estados-membros, sobrepondo-lhes, também aqui, os interesses das potências que têm determinado o rumo da UE.
Além do mais, não está assegurada a não ligação do SEAE a estruturas militares e de informações secretas. Perspectiva-se por isso uma inquietante militarização da UE e das relações internacionais, que vigorosamente combatemos.
Cabe igualmente perguntar, num orçamento extremamente reduzido, como é o da UE, de onde virão as contribuições para fazer face a esta despesa?
Tudo isto num momento em que se agudizam os efeitos da crise, com as políticas ditas de austeridade, em que se coloca enorme pressão sobre os orçamentos nacionais, se corta nos salários e nas prestações sociais e se aumentam os impostos sobre os rendimentos do trabalho.