Entre os muitos aspectos que podiam ser sublinhados quanto a este projecto de orçamento para 2008, sublinhamos dois:
- Primeiro, o quanto lamentamos a incoerência deste Parlamento que
alude reconhecer e "preservar a diversidade linguística dos deputados
do Parlamento Europeu" mas, ao mesmo tempo, se recusa a aceitar a
inclusão de uma referência clara à obrigatoriedade de estarem
disponíveis todas as línguas oficiais da UE durante as reuniões que
realiza, tal como temos vindo a propor ao longo dos anos. Daí a
incompreensível e inaceitável rejeição - em sede da Comissão de
Orçamentos -, da nossa proposta que visava assegurar que, por exemplo,
nas reuniões da Assembleia Parlamentar UE-ACP o português seja uma das
línguas de trabalho, nomeadamente tendo em conta os parlamentares de
diferentes países aí representados que têm o português como sua língua
oficial.
- Segundo, a preocupante e crescente tendência para o reforço das
dotações para dita "uma política de informação forte", no contexto do
(re)"lançamento" do tratado, dito "reformador", e das próximas eleições
para o PE em 2009. Bastará acompanhar o debate realizado na Comissão de
"Assuntos Constitucionais" do PE em torno da revisão do regulamento
para os "partidos políticos europeus" para se perceber do que realmente
se trata.