No quadro actual, este programa pode ser importante. Importante se, de facto, como enuncia, pretende a promoção de emprego de qualidade que, na nossa perspectiva, são empregos com direitos sociais e laborais. O cepticismo vem-nos do actual retrocesso social em vários países de que a EU é parte activa e responsável. Queremos salientar 3 questões:
- Esperamos que a “mobilidade voluntária” seja de facto isso, e não emigração forçada como acontece hoje em muitos países da UE. Não há nenhum país que se consiga desenvolver sem os seus jovens, sem os quadros qualificados que formou.
- No parecer da Comissão ITRE, do qual sou relatora, teríamos preferido alocar 30% do financiamento ao micro-crédito. Neste momento, é essencial o investimento público na economia real, no desenvolvimento produtivo.
- Por fim, o conceito de empreendedorismo social é enganoso. Hoje estão-se a encerrar serviços públicos em vários países, sob a chantagem do corte na despesa. Não aceitaremos que se faça negócio com a venda desses serviços, que deveriam ser públicos e gratuitos, e que estão propositadamente a ser destruídos para beneficiar o tal «empreendedorismo social».