À semelhança do plano Juncker, seu antecessor, o programa InvestEU não é um programa de investimento público, mas um instrumento financeiro de carácter competitivo destinado a alimentar parcerias público-privadas, do qual beneficiarão primordialmente os grandes grupos económicos e financeiros. As alterações relativamente à proposta apresentada no ano anterior, são um exercício de maquilhagem social e verde de um programa que mantém o seu problema essencial: a sua própria natureza.
A criação do mecanismo de solvência para as pequenas e médias empresas, não é a solução para os graves problemas com que se confrontam, porquanto oferecem soluções de endividamento, agravando endividamentos já existentes ou criando dificuldades futuras.
Para além destas e outras preocupações, o programa integra nas suas prioridades, a possibilidade de investimento direccionado para projectos de natureza militar, alimentando as políticas militaristas, securitárias e a guerra.
Procurámos através de alterações, que melhorariam a proposta, centrar as possibilidades deste programa, na promoção da coesão económica e social, no apoio aos sectores produtivos e estratégicos, no apoio aos serviços públicos, na defesa do trabalho com direitos, e numa distribuição do investimento em função de critérios geográficos e de coesão, de forma a que todos os Estados-Membros pudessem beneficiar do instrumento na proporção inversa do seu nível de desenvolvimento económico e social.