Reflectindo a crise de um processo de integração capitalista esgotado, que pouco tem para oferecer aos trabalhadores e aos povos senão mais do mesmo - mais retrocessos no plano social, mais injustiças e desigualdades, mais divergência económica, mais ataques à democracia e ao direito dos povos decidirem de forma livre e soberana o seu destino, - a Comissão Europeia apresenta um Programa de Trabalhos para 2018 que não constitui surpresa. Mas que nem por isso deixa de constituir motivo de preocupação.
O sentido geral é o da continuada perda de soberania por parte dos Estados, especialmente dos Estados periféricos, em benefício das grandes potências europeias que controlam as instituições da UE. Mais neoliberalismo. Mais mercado único. Mais investimento para a indústria de armamento; uma deriva militarista e securitária, com consequências ao nível da supressão de direitos; continuado ataque ao direito de asilo, aos refugiados, aos mais elementares valores da solidariedade e do humanismo.
Esquecido fica o que era verdadeiramente necessário.
O reforço da coesão e dos seus instrumentos. O apoio aos sectores produtivos dos países mais afectados pela divergência - agricultura, pescas e indústria. Mais emprego com direitos. A defesa dos serviços públicos e das funções sociais dos Estados. Investimento na prevenção de catástrofes, no ambiente, na ciência e tecnologia.