Intervenção de Rita Rato na Assembleia de República

Programa de emergência para a saúde

(projeto de resolução n.º 392/XII/1.ª)
Sr. Presidente,
Sr. Deputado do PSD,
De certeza que não leu o nosso projeto. De certeza! Mas, para seu esclarecimento, deixo-lhe aqui duas propostas que constam do nosso projeto e que têm a ver com o combate ao desperdício.
A primeira é a do lançamento de um concurso público para aquisição de medicamentos em ambulatório, a nível nacional. A segunda é a da renegociação, ou denúncia, das parcerias público-privadas, integrando toda a rede hospitalar no quadro do setor público-administrativo.
O Sr. Deputado não leu, mas fica agora esclarecido.
Depois, falou-nos aqui em demagogia e contradições. Sr. Deputado, «o PSD, contra fecho de maternidades, acusa Sócrates de autismo»; «o PSD vai organizar vigílias contra o fecho de maternidades»; «Fernando Nobre, anterior cabeça de lista do PSD, por Lisboa, contra o encerramento do bloco de partos».
Sr. Deputado, falou-nos aqui em tanta contradição e em tanta demagogia, e hoje, em 28 de junho de 2012, é o PSD que vem propor a gravidade do encerramento da Maternidade Alfredo da Costa.
Onde fica, aqui, a coerência e a palavra? Porque em período eleitoral, diz-se uma coisa e quando se chega ao Governo faz-se outra! Depois, claramente, as pessoas ficam zangadas, porque se promete mas nunca se cumpre o que se promete.
Sr. Deputado, queria também colocar-lhe uma outra questão.
Há profissionais da Maternidade Alfredo da Costa que dedicaram a sua vida, largos anos da sua vida, a um trabalho exemplar, a um trabalho altamente meritório, em muitos casos único no País, e que este Governo pretende destruir.
Não venha aqui com a conversa de que vai ser transferido para um futuro hospital, que não se sabe quando vai ser construído, nem venham aqui dizer que o bloco de partos da Estefânia vai assumir o que hoje a Maternidade Alfredo da Costa faz. O Sr. Deputado sabe bem qual o papel da Maternidade Alfredo da Costa (MAC). Não há argumento que justifique o encerramento da MAC que não seja o do favorecimento dos grupos económicos da saúde. Diga-nos aqui que há outro, Sr. Deputado, porque nós entendemos que não há.

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