O programa da presidência maltesa, na esteira das que a antecederam, evidencia a profunda e persistente crise na União Europeia, expressão da crise mais geral do capitalismo, e que é simultaneamente uma crise dos pilares e fundamentos da própria UE, enquanto processo de integração capitalista que é.
Evidencia também a ausência de soluções para os problemas que afectam os povos da Europa - desemprego, pobreza, exclusão, desigualdades e injustiças sociais, precariedade no trabalho e na vida.
Este programa constitui também motivo de séria preocupação, pela perspectiva patente de prosseguir com novos passos na escalada militarista e securitária em que a UE se lançou.
Acentua-se o carácter reaccionário, retrógrado, desumano e perigoso da UE.
O que é visível, desde logo, nas políticas migratórias. Pretende-se impor a generalização do acordo UE-Turquia a todos os países africanos de origem e trânsito de migrantes, visando travar e/ou expulsar todos quantos fugindo da guerra e da fome - nas quais a UE tem conhecidas responsabilidades - arriscam a vida para chegar a solo europeu.
Em torno do Brexit, num processo ainda marcado por grande desorientação, digladiam-se interesses contrários aos interesses dos povos, expressivos das contradições entre potências e fracções do capital que marcam a actual fase de desenvolvimento do capitalismo e da UE.