Declaração de voto de Pedro Guerreiro no Parlamento Europeu

Proclamação do consenso sobre ajuda humanitária - Declaração de voto de Pedro Guerreiro no PE

Como salientámos anteriormente, não podemos apoiar um "consenso" sobre
os princípios, objectivos e estratégia da UE no domínio da ajuda
humanitária em países terceiros, que apela a que se promova ao
"direito", ou, mesmo, ao "dever" de ingerência dita "humanitária",
incluindo a possibilidade da utilização de "medidas coercivas,
incluindo a intervenção militar", como "último recurso", colocando em
causa princípios básicos do direito internacional.

Infelizmente, são bem visíveis (apesar de tão escamoteadas e omitidas)
as consequências de tal política que, sob a capa das "boas intenções",
camufla inadmissíveis objectivos e interesses. Não sendo demais a
permanente denúncia da agressão e da ocupação militar do Iraque pelos
EUA e seus aliados, com as suas centenas de milhares de mortos e a
pilhagem dos enormes recursos naturais deste país.

A "ingerência humanitária" é um instrumento de que as grandes potências
se querem valer como forma de procurar justificar a sua intervenção em
situações quantas vezes alimentadas e agravadas por anos de ingerência
e em função dos seus interesses estratégicos e dos cálculos sem
escrúpulos das transnacionais.

A solução dos graves problemas que afectam milhões de seres humanos
passa pelo respeito da soberania nacional, pela resolução pacífica dos
conflitos internacionais e pela supressão das urgentes necessidades dos
países economicamente mais pobres.

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