Nos últimos meses, intensificaram-se em Portugal as pressões no sentido da privatização do que resta do sector público de transportes. Trabalhadores e utentes têm manifestado a sua firme oposição a esta intenção de privatização e defendido o carácter público do serviço de transportes, reconhecendo que nos casos em que a privatização se concretizou, tanto em Portugal como noutros países da UE, degradou-se a qualidade do serviço prestado, degradaram-se as condições de trabalho nas empresas e aumentou o preço para os utentes.
Na sequência de anteriores processos de privatização no sector dos transportes, é hoje possível constatar a forte presença que grupos nacionais e multinacionais foram adquirindo em diversas empresas do sector. A título de exemplo, registe-se a presença da alemã DB num número crescente de empresas em Portugal, nos sectores rodoviário e ferroviário, ou os processos de aquisição e fusão em curso no sector aéreo a nível europeu. Esta evolução evidencia que a privatização de empresas públicas, em nome da dita liberalização, se encontra associada a processos de concentração da propriedade neste sector.
Assim, pergunto à Comissão se dispõe de estatísticas relativas à propriedade social das empresas de transportes – dos sectores rodoviário, ferroviário e aéreo – nos diversos países da UE.