Intervenção de

A preparação do próximo quadro financeiro<br />Intervenção de Sérgio Ribeiro

Consideramos a proposta da Comissão para as próximas perspectivas financeiras claramente insuficiente para responder aos actuais desafios sociais, económicos e ambientais, às necessidades de coesão económica e social acrescidas com o alargamento, aos elevados níveis de desemprego e pobreza que se encontram na UE. Quantitativamente, propõem uma despesa média real de 1,09% do RNB comunitário inferior à Agenda 2000 (1,10%) e referências anteriores; qualitativamente, as prioridades são "competitividade", "espírito empresarial", "segurança e defesa" em detrimento de desenvolvimento e cooperação, da coesão.

Neste debate poderia colocar-se a pergunta se Barroso confirma e agrava Prodi, pois declarações dos comissários abrem portas para a (re)negociação em baixa do já insuficiente pacote, em sintonia com os signatários da "carta dos seis", que pretendem impor um tecto de 1% do RNB comunitário ao orçamento, o que sempre mereceu a nossa oposição. Por isso, queremos deixar clara a nossa rejeição de perspectivas financeiras cuja média anual de despesa fique entre a proposta da Comissão e o referido tecto da "carta dos seis", numa contínua aproximação deste. Para terminar, apoiamos a manutenção do quadro financeiro para 7 anos, visto que até nisto parece pretender-se fazer a "negociação"... para baixo e para menos.

  • União Europeia
  • Intervenções
  • Parlamento Europeu