Estamos muito preocupados com a aplicação e a revisão da Agenda de Lisboa, aprovada em Março de 2000. É que hoje, ao contrário do prometido, temos 20 milhões de desempregados e cerca de 70 milhões de pessoas em risco de pobreza, o que é inadmissível.
Se é verdade que a Agenda de Lisboa foi um grande falhanço, como afirmou recentemente o Presidente Prodi, em fim de mandato, isso aconteceu apenas quanto às expectativas e promessas que fez no plano social relativamente ao pleno emprego e à inclusão social e quanto ao conhecimento e à investigação.
Porque nas áreas que interessavam aos grupos económicos e financeiros isso não aconteceu. As liberalizações e privatizações em sectores fundamentais da energia, correios, telecomunicações, serviços públicos essenciais e sectores financeiros avançaram, tal como estão a surgir cada vez mais propostas legislativas em áreas que põem em causa direitos humanos fundamentais e direitos dos trabalhadores, com destaque para a proposta de directiva visando a criação do mercado interno dos serviços, ou seja, mais privatizações, e a retrógrada e inadmissível proposta de directiva do tempo de trabalho.
Impõe-se uma revisão da Agenda de Lisboa para alterar os seus conteúdos e dar prioridade à criação de emprego com direitos e à necessária inclusão social.