É tempo de ver e ouvir os protestos e lutas que crescem contra as medidas neoliberais contidas nesta Estratégia de Lisboa agora revista e cujas consequências são o contrário do que tinham prometido em 2000, na Cimeira de Lisboa.
Com a intensificação da liberalização dos mercados, a privatização de serviços públicos e a promoção da flexibilidade laboral, agora "flexi-segurança" como diz a Comissão, o que temos é menor crescimento económico, mais desemprego e mais trabalho precário, mais pobreza e maiores desigualdades na repartição do rendimento, sempre em nome da competitividade e da livre concorrência.
Hoje, é mais claro que os dois pilares fundamentais das políticas neoliberais na União Europeia são o Pacto de Estabilidade e a chamada Estratégia de Lisboa, a que se adicionam os cortes brutais nos fundos comunitários, transformando a coesão económica e social numa simples miragem.
Como defendemos na proposta de Resolução que apresentámos, é fundamental que a Estratégia de Lisboa seja substituída por uma "Estratégia Europeia para a Solidariedade e o desenvolvimento Sustentável", que promova o investimento na investigação e na inovação, visando um desenvolvimento equilibrado e duradouro, na qualidade do trabalho em todos os seus aspectos e na melhoria das qualificações, em infra-estruturas básicas de apoio à indústria, nos serviços públicos, na protecção do ambiente e em tecnologias ecológicas, designadamente na área da energia e dos transportes, na melhoria das normas laborais, sociais, ambientais e de segurança, para conseguir uma harmonização aos mais altos níveis, e na economia social.
É precisa também uma nova agenda de política social visando o desenvolvimento de uma sociedade inclusiva e coesa e uma democracia participativa enquanto componente das diversas políticas sociais e de emprego.