Com os graves problemas sociais que se vivem em diversos Estados-membros da União Europeia (desemprego, trabalho precário e pobreza), impõe-se que este Conselho Europeu da Primavera dê uma resposta séria e profunda. No entanto, receamos que as respostas se dirijam sobretudo para a chamada sustentabilidade das finanças públicas, esquecendo medidas para a sustentabilidade social.
A resposta à situação da Grécia é uma questão importante, sobretudo por que o que se está a passar contradiz tudo quanto propagandearam sobre as virtudes do euro e as benesses resultantes de pertencer à zona euro, de se estar no tal “pelotão da frente” de uma moeda forte dos países ricos, por nos dizerem que pertencer à zona euro era um seguro contra as crises financeiras, evitando o recurso aos empréstimos e às receitas do FMI.
Bastou a primeira crise para demonstrar que não existe solidariedade na zona euro e que a chamada “coesão económica e social” não passa de uma expressão de mera propaganda em campanhas eleitorais. Agora, a Senhora Merckel até já ameaça com expulsões da zona euro àqueles que, tal como a Grécia e outros, não cumpram o Pacto de Estabilidade, esquecendo que a Alemanha foi e é a grande beneficiária da política de um euro forte, por ser o estado com a economia mais desenvolvida e com maior volume de exportações.