À mesa do Conselho Europeu, os (mal) chamados contribuintes líquidos do orçamento - que com mais propriedade deveriam ser chamados de beneficiários líquidos da integração - sabem que o tempo corre a seu favor.
Jogam com a pressão do atraso nas verbas da coesão - e com o prejuízo que tal causaria aos países mais dependentes dessas verbas - para tornarem inevitável uma proposta que é na verdade inaceitável.
Ora se é inaceitável então ela não pode ser inevitável. Para os países da coesão, este é o momento de virar o jogo:
Lembrar aos que se recusam a dar a justa contribuição para o orçamento que uma integração em que só alguns ganham e que sistematicamente vai produzindo divergência e desigualdade está condenada a não ter futuro;
Lembrar que se a política de coesão não foi suficiente para travar a divergência, então ela precisa de ser reforçada e não enfraquecida;
Denunciar que as ditas novas prioridades são apenas uma forma de os países mais ricos irem buscar mais dinheiro ao orçamento.
Para os países da coesão, este é o momento de perceberem que no dia em que decidirem afirmar a sua dignidade e a sua soberania terão muito mais a ganhar do que aquilo que lhes possa vir do orçamento.