Se dúvidas restassem, a União Europeia demonstra a sua verdadeira natureza. E não há propaganda que a oculte.
Os migrantes que se afundam no Mediterrâneo, embarcações em risco, com mulheres grávidas e crianças, embatem na fria desumanidade de quem opta por criminalizar as organizações humanitárias envolvidas nas operações de busca e salvamento.
Faltam recursos para a coesão económica e social, para apoiar o investimento, em especial nos países que dele mais necessitam, para apoiar o emprego com direitos e o combate às desigualdades e assimetrias entre países e dentro de cada país.
Mas como o vai demonstrar o próximo Conselho Europeu, não faltam recursos para o complexo industrial-militar europeu; para reprimir as migrações e os migrantes; não faltam recursos para insuflar ainda mais os lucros das multinacionais das principais potências europeias; nem faltam recursos para financiar as ditas reformas estruturais – outra forma de dizer a retirada de direitos e a privatização das funções sociais do Estado.
A anunciada reforma do Euro não é senão o apertar das amarras que impedem o desenvolvimento soberano dos povos.
Derrotar a UE para salvar a Europa é uma exigência com reforçada actualidade.