Declaração de voto de João Ferreira no Parlamento Europeu

Preferências comerciais autónomas de emergência para o Paquistão

Aquando da votação deste mesmo relatório, em Maio do ano passado, votámos contra, voto que agora mantivémos.
Recorde-se que esta proposta surgiu na sequência das cheias que afectaram o país em 2010. Como então afirmámos, impunham-se formas de ajuda efectiva e uma solidariedade genuína com as populações deste país. Mas as cheias acabaram por ser apenas um pretexto para satisfazer os interesses daqueles que, na Europa, vão beneficiar com estas medidas, mesmo que com prejuízo dos países e regiões mais dependentes das indústrias como o têxtil, vestuário, calçado, componentes, artigos de pele e seus sucedâneos.
Em Portugal, representantes dos sectores da indústria do calçado, componentes, artigos de pele e seus sucedâneos têm vindo, com insistência, a expressar a sua preocupação com o impacto que terá nestes sectores a proposta de concessão de preferências comerciais autónomas de emergência ao Paquistão.
Se este impacto seria sempre grave num sector já muito debilitado, profundamente atingido que foi pela liberalização do comércio mundial, que se concentra em regiões com elevados níveis de desemprego, de pobreza e de exclusão social e reduzida diversificação económica; mais grave se torna quando estas regiões se situam em Estados-Membros, como é o caso de Portugal, confrontados com uma gravíssima crise económica e social.

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