As boas intenções iniciais da maioria deste Parlamento claudicaram mais uma vez aos interesses económicos das multinacionais de biotecnologia.
Foram retirados pontos essenciais da proposta inicial, tais como o princípio da coexistência e a introdução de zonas limpas entre países vizinhos, subvertendo e enfraquecendo o princípio da precaução.
De acordo com esta versão da proposta, os Estados terão de pedir às multinacionais, que produzem e comercializam os OGMs, autorização para que os excluam do seu âmbito geográfico. Estas podem aceitar ou recusar esse pedido. Inaceitável. É a total submissão do poder político aos interesses do grande capital.
Se dúvidas ainda restassem sobre o modo como a maioria deste parlamento encara este tema e as suas implicações, o simples facto de neste texto a base legal mudar da protecção ambiental para o Mercado Interno, deixa a descoberto mais uma das intenções desta proposta, inseparável do Acordo de Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento com os EUA: satisfazer os objectivos comerciais das grandes empresas de biotecnologia (produtoras de OGM) norte-americanas.
Ainda que a intenção inicial da proposta pudesse ser vista como um avanço relativamente à situação actual, das negociações com o Conselho resultou um texto inaceitável. Votámos contra.