Áudio
O Salão do Ginásio Atlético Clube encheu por completo para receber o Secretário-Geral no comício realizado na Baixa da Banheira. Na sua intervenção Jerónimo de Sousa afirmou que a "demissão do governo e, em particular, a ruptura com a política de direita é não só, e em primeiro lugar, do interesse dos trabalhadores e do povo mas também condição para devolver a dignidade à vida política e à acção governativa" e que "Portugal não está condenado nem à política de direita nem ao rotativismo entre PS e PSD com ou sem a bengala do CDS. Está nas mãos dos trabalhadores e do povo, de todos os democratas e patriotas, afirmar e concretizar uma política patriótica e de esquerda, que assegure um Portugal com futuro".
"Uma alternativa que exige que se previna e denunciem as falsas e ilusórias soluções dos que insinuando uma viragem à esquerda, como o faz agora o PS de Costa, que até agora nada de novo e diferente apresentou, quer em relação às políticas promovidas pelo próprio PS até hoje, quer em relação às linhas estruturantes das políticas que se concretizam em Portugal e na União Europeia e que o Pacto de Agressão imposto aos portugueses consagrou com o seu aval e decisão" sublinhou.
O Secretário-Geral alertou ainda que "viragens à esquerda em palavras antes das eleições, governar à direita e com a direita depois das eleições – tem sido este o lema sempre e sempre prosseguido pelo PS nas últimas quatro décadas" e que "não há soluções à esquerda sem ruptura com a política de direita. É este o real obstáculo a uma séria convergência para a construção de uma alternativa política".
Referindo-se ainda ao Orçamento do Estado aprovado na semana passada, Jerónimo de Sousa considerou-o "um Orçamento que constitui o prolongamento da condenação do País e do povo a uma estratégia de exploração e dependência. Um Orçamento que se enquadra num projecto de empobrecimento do povo e do País há muito delineado por este governo do PSD/CDS, contido na sua dita Reforma do Estado e no Documento de Estratégia Orçamental, e concertado com a União Europeia do directório das grandes potências e dos grandes monopólios, em nome do cumprimento do Tratado Orçamental que PS, PSD e CDS subscreveram e aprovaram que impõe a política da ditadura do défice e da cega obediência aos mercados".