Nota do Gabinete de Imprensa do PCP

Por uma paz justa para o Médio Oriente

Tendo em conta a gravíssima situação existente na Palestina, o Grupo da Esquerda Unitária Europeia / Esquerda Verde Nórdica (GUE/NGL), o qual os deputados do PCP integram, e o Grupo Verdes / Aliança Livre Europeia (V/ALE) apresentaram a proposta de atribuir o Prémio Sakharov ao Senhor Izzat Ghazzawi e à Senhora Nurit Peled-Elhanan, como forma de homenagear e solidarizar-se com o povo palestiniano e o movimento da paz em Israel, que lutam por uma paz justa e duradoura no Médio Oriente.

Os deputados do PCP no PE acompanham com profunda preocupação a situação dramática e insuportável que vive o povo palestiniano em resultado da brutal repressão e da guerra desencadeada pelo governo de Israel, pelo que exigem a sua firme condenação.

O recente agravamento da situação é resultado da política sionista do governo israelita, com a negação do direito do povo palestiniano ao seu Estado independente e soberano, a ocupação ilegal de territórios, a realização de constantes ataques, bloqueios e limitações à circulação de todo o tipo, a eliminação física de dirigentes palestinianos, a ocupação de territórios sobre administração palestiniana e a destruição de habitações - que são a causa da actual escalada de violência - não pode deixar ninguém indiferente e evidencia o legítimo direito do povo palestiniano à resistência.

É com profunda preocupação que os deputados do PCP ao Parlamento Europeu acompanham esta situação criada por décadas de ilegal ocupação israelita dos territórios árabes, sob a cobertura dos EUA e da UE - que assume no essencial uma posição seguidista dos EUA - tanto mais quando a actual Presidência do Conselho afirma defender uma incompreensível e criticável posição de "equidistância" perante o não cumprimento das resoluções da ONU por parte do governo de Israel e a brutal repressão de que é vitima o povo palestiniano.

Os deputados do PCP consideram premente o desenvolvimento de acções que exijam a presença de observadores internacionais na Palestina, a retirada das tropas israelitas dos territórios árabes ocupados depois de 1967, o desmantelamento dos colonatos, a libertação dos presos políticos e o regresso dos refugiados, que exijam do governo de Israel o pleno respeito pelas resoluções das Nações Unidas, que consagram o direito do povo palestiniano a um estado com capital em Jerusalém Leste.

Anexo:

Izzat Ghazzawi
Nasceu em 1951, palestiniano
É presidente da União de Escritores Palestinianos.
Membro da Comissão Executiva do Conselho Palestiniano para a Justiça e a Paz.
Leitor na Universidade de Birzeit, Mestre em literatura inglesa.
Escritor, crítico, organizou e dirigiu a primeira Conferência Internacional dos Escritores Palestinianos.

Izzat Ghazzawi foi preso e alvo de censura por parte das autoridades israelitas. O seu filho Ramy, com 16 anos, foi morto por um soldado israelita, à porta da sua escola, quando procurava socorrer um amigo ferido.

Apesar desta trágica perda, Izzat Ghazzawi continuou a participar e a promover iniciativas para uma paz justa fundada no reconhecimento dos direitos e respeito recíproco entre o povo israelita e o povo palestiniano.

Nurit Peled-Elhanan
Nasceu em 1949, israelita.
Professora universitária, Mestre em literatura comparada.

A sua filha Smadar, com 13 anos, foi vitima de um atentado suicida cometido em Jerusalém Oeste por um palestiniano.

Nurit Peled-Elhanan, quando a sua filha foi morta, fez um discurso, que teve repercussões, centrado na responsabilidade de uma política míope israelita que não quer reconhecer os direitos do povo palestiniano e que fomenta o ódio e a confrontação. Ao tornar públicas as suas ideias, tornou-se um símbolo daqueles que em Israel defendem uma solução pacífica e negociada com base em "dois povos, dois estados com iguais direitos".

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