Intervenção de João Pimenta Lopes no Parlamento Europeu

Por uma efectiva cooperação para o desenvolvimento com África, que respeite a soberania de cada país

A propósito da cimeira UE-Africa que se avizinha, afirma-se uma parceria renovada, com nova dinâmica, crescimento, prosperidade partilhada e estabilidade.

A história e a política da UE para África dissociam-se destas afirmações e não permitem omitir que a UE olha para o continente africano como um tabuleiro geoestratégico onde se disputam recursos, mercados e zonas de influência.

O que dizer do papel da UE no bloqueio ao levantamento de patentes nas vacinas no contexto da pandemia?

A estratégia da União Europeia para África continua assente na promoção de instrumentos e meios dedicados a um pretenso “desenvolvimento” como dimensão de uma estratégia mais ampla que visa promover a ingerência, o domínio e a agravar a dependência política, económica, ideológica e militar.

África e os povos africanos não precisam que lhes imponham modelos de organização política e económica.

Precisa de uma efectiva cooperação para o desenvolvimento, assente no respeito pela soberania nacional, da independência política e económica, do direito de cada povo a decidir do seu presente e futuro, de definir e construir o seu Estado e o seu projecto próprio de desenvolvimento.

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