No quadro de uma profunda subvers?o dos valores de Abril, o desenvolvimento do ciclo de privatiza??o do sector empresarial do Estado, dos servi?os p?blicos e ataque ?s fun??es do Estado, seguido pelos sucessivos Governos, tem demonstrado, com as suas v?rias fases e protagonistas, um objectivo claro e uma n?tida correspond?ncia com os interesses e natureza de classe do grande capital, visando uma forte e brutal concentra??o da riqueza, assente na delapida??o do patrim?nio colectivo e na intensifica??o da explora??o, levada ? pr?tica no ataque aos direitos conquistados por sucessivas gera??es de trabalhadores.Tal orienta??o, refor?ada com o processo de integra??o comunit?ria, visando a ades?o ? moeda ?nica e o cumprimento do Pacto de Estabilidade, tem conduzido a uma crescente influ?ncia e dom?nio do poder econ?mico e financeiro sobre o poder pol?tico, afectando a pr?pria ess?ncia do regime democr?tico e obstaculizando a realiza??o de uma verdadeira estrat?gia de desenvolvimento nacional que reafirme e potencie a independ?ncia e soberania nacionais.Toda esta ofensiva contra os interesses nacionais, hoje levada a cabo por este Governo PS, que se ?orgulha? de privatizar mais e melhor que o seu antecessor, tem como objectivo o de transferir empresas e servi?os lucrativos do dom?nio p?blico para o capital privado e, paralelamente, o de prosseguir o esbulho e aprofundar o ataque ?s fun??es do Estado, deixando, para este, apenas aquelas em que o grande capital n?o esteja interessado.Ao ritmo e incid?ncia das privatiza??es, que constituem um dos maiores esc?ndalos da hist?ria recente do nosso pa?s, com a entrega das empresas abaixo do seu valor real, regressam pr?ticas antigas de confus?o e em alguns casos de fus?o, entre os grupos financeiros e o Estado, com conhecidos membros dos n?cleos dirigentes do PS, PSD e PP a circular entre responsabilidades governamentais e outros cargos p?blicos e fun??es de administra??o ou consultadoria nesses grupos.Como resultado das privatiza??es, regista-se a redu??o do emprego - liquida??o de cerca de 75 mil postos de trabalho em pouco mais de dez anos - a elimina??o de regalias e direitos e a degrada??o das condi??es de trabalho para os que ficam.Nesta linha, o Governo PS, reabilitando a nefasta pol?tica dos pacotes, prepara-se para tentar fazer passar um conjunto gravoso de diplomas que atinge quer os trabalhadores em regime de direito privado, quer os trabalhadores da administra??o p?blica, com o objectivo de tornar regra a precariedade do trabalho.As popula??es s?o confrontadas com o aumento de tarifas dos servi?os privatizados, sem que a tal corresponda uma melhoria na qualidade ou seguran?a dos servi?os prestados. A subordina??o da pol?tica de pre?os, dos crit?rios de investimento ? l?gica do lucro, compromete a acessibilidade territorial e social dos cidad?os aos servi?os p?blicos e instala pr?ticas discriminat?rias entre grandes e pequenos clientes. Regista-se j? no interior do pa?s a redu??o de presta??es e degrada??o de v?rios servi?os p?blicos concentrando no litoral Direc??es e Coordena??o de Servi?os at? agora existentes em regi?es do interior.A luta em torno da defesa de Um Sector P?blico Forte e Din?mico, Por Servi?os P?blicos de Qualidade, tem tido a sua m?xima express?o nas ac??es e iniciativas levadas a cabo por milhares de trabalhadores e suas organiza??es representativas, pelas popula??es, em defesa dos seus direitos e leg?timas reivindica??es, como a defesa do emprego, a luta contra o aumento de pre?os e pela sua redu??o, alargando o entendimento de que esta batalha ? indissoci?vel da luta por melhores condi??es de vida e de trabalho.A luta que ir? continuar exige e reclama um esfor?o de esclarecimento e mobiliza??o:Para a den?ncia sobre as reais consequ?ncias desta pol?tica, para o regime democr?tico, para o emprego e os direitos dos trabalhadores, para as popula??es.Para a defesa do sector p?blico que existe, no combate ao prosseguimento da sua destrui??o e entrega, e na interven??o para que a sua gest?o seja orientada numa perspectiva nacional e de defesa do interesse p?blico, premissas insepar?veis do aprofundamento da democracia, do desenvolvimento integrado, de maior participa??o dos trabalhadores e das popula??es.Para a defesa e melhoria dos servi?os p?blicos.Para a constru??o de um sector p?blico forte e din?mico, com peso determinante nos sectores b?sicos e estrat?gicos, definidos numa perspectiva de actualidade e de futuro: no plano financeiro, nos servi?os p?blicos estruturantes como as telecomunica??es e comunica??es, transportes e vias de comunica??o, energia e abastecimento de servi?os b?sicos ?s popula??es; no dom?nio industrial e da defesa; na ?rea da investiga??o; nos servi?os da administra??o p?blica; na agricultura, onde se deve incluir a terra beneficiada com o Alqueva.Um sector p?blico que promova o desenvolvimento integrado, o emprego com direitos sociais e laborais, a preserva??o dos recursos naturais e ambientais, a acessibilidade so-cial e territorial aos servi?os por parte dos cidad?os, o bem- -estar, a sa?de, a educa??o e a cultura.Um sector p?blico modernizado e de qualidade, com uma gest?o eficiente, ?gil, tecnicamente competente, que incorpore trabalhadores e utentes, assegurando adequados direitos de controlo, participa??o e fiscaliza??o.Tal orienta??o ? decisiva para afirmar e construir uma pol?tica e uma alternativa verdadeiramente de esquerda que garanta um novo rumo ao servi?o dos interesses nacionais e do povo portugu?s.Um novo rumo, que o PCP prop?e e defende, no quadro de uma organiza??o econ?mica mista, n?o dominada pelos monop?lios, com sectores de propriedade diversificada e com as suas din?micas pr?prias, onde cabe um sector empresarial do estado, um sector privado com empresas de diversa dimens?o e um sector cooperativo e social.Um novo rumo, que o PCP prop?e e defende, com a exist?ncia de um Sector P?blico Forte e Din?mico, abrangendo sectores b?sicos e estrat?gicos, com servi?os p?blicos de qualidade e fun??es sociais valorizadas, constituindo componentes essenciais para que o Pa?s possa alcan?ar com ?xito uma posi??o mais justa na divis?o internacional do trabalho, para impedir que a economia nacional seja transformada em mero instrumento de acumula??o dos grandes interesses econ?micos e financeiros, para defender e aprofundar a democracia portuguesa nas suas dimens?es pol?tica, social e cultural e para a afirma??o da independ?ncia e soberania nacionais.