Intervenção

Políticas económicas e educativas do Governo - Intervenção de Miguel Tiago na AR

Resultados das políticas económicas e educativas do Governo

 

 

Sr. Presidente,

O Sr. Deputado Pedro Nuno veio aqui fazer um exercício de propaganda dando este suposto aval de uma cara jovem a estas políticas retrógradas de direita do Governo e dando esta suposta «capa» de esquerda ao Governo.

Na verdade, o seu próprio discurso depois desmascara completamente essa fachada que quis construir.

É até curioso que o Sr. Deputado, que é simultaneamente Secretário-Geral da Juventude Socialista, não tenha uma palavra sobre o fim do incentivo ao arrendamento por jovens nem sobre a forma que o Governo encontrou para fingir que não acabou com este incentivo, o programa «Porta 65 Jovem», que acaba praticamente com todo o apoio do Estado ao arrendamento por jovens.

É curioso que esta cara de juventude não tenha sequer falado das principais políticas que garantem a mínima estabilidade aos jovens portugueses.

Também é estranho que nesta sua intervenção não tenha dito uma palavra sobre a fuga e a emigração de jovens que cresce anualmente, inclusivamente de jovens licenciados. Como sabemos, cada vez mais jovens licenciados se deslocam anualmente para o estrangeiro. Também não disse uma palavra sobre os 45 000 licenciados no desemprego a que agora acrescem os professores não colocados.

Afinal, quando queremos aplicar à prática e à objectiva realidade esta «maravilha» de País que aqui nos mostrou, do You Tube e do Google, verificamos que a vida dos portugueses e mesmo da juventude se encontra cada vez mais confrontada com a instabilidade e a insegurança.

Sr. Deputado, gostava de perguntar-lhe como é que compatibiliza o seu discurso de modernidade, que é a palavra mais bonita que este Governo encontra para descrever o descalabro da sua política, com a crescente precariedade no trabalho e o facto de os jovens hoje nem sequer saberem quando podem iniciar a sua vida.

Hoje, um jovem não sabe quando é que pode começar a construir a sua vida de forma independente da sua família, não sabe quando pode comprometer-se com a compra de uma casa, não sabe se amanhã ainda está no mesmo posto de trabalho. Ora, esta situação tende a agravar-se e sobre essas questões, que são essenciais, o Sr. Deputado não disse uma palavra.

 

 

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