Este relatório de iniciativa do PE espelha as reais ambições da
denominada "política europeia de vizinhança" da UE, designadamente para
o Sul do Cáucaso.
Trata-se da explanação da agenda geo-estratégica nas suas vertentes
política, económica e militar, isto é, do plano de intervenção da UE
nesta zona nevrálgica, acentuando a pressão sobre a China e Rússia.
Tal traduz-se em mais ingerência e manipulação dos conflitos que
surgiram em resultado do desmantelamento da URSS, com o intuito de
procurar assegurar o domínio das grandes potências e grupos
financeiros-económicos da UE sobre esta região, evidenciando igualmente
as rivalidades inter-capitalistas.
Basta ver as "recomendações", como o incentivo à celebração de acordos
de livre comércio e à prossecução de mais liberalizações ou o claro
apelo à ingerência através do "apoio" à acção da "sociedade civil",
garantindo que "os fundos (comunitários!) sejam distribuídos... sem
interferências do Estado".
É particularmente significativa a abordagem da questão energética,
salientando a importância de corredores energéticos que contornem a
Rússia e o domínio de infra-estruturas e fontes de energia.
Por fim, uma nota sobre a incoerência entre "o seu apoio incondicional
à integridade territorial e à inviolabilidade das fronteiras
internacionalmente reconhecidas da Geórgia" e o apelo aos princípios da
Carta das Nações Unidas, quando não o faz para a Sérvia.