O relatório parte da manipulação de justos receios quanto a crises provocadas por fenómenos climáticos mais ou menos extremos e catástrofes naturais, para elevá-los à categoria de "maior ameaça para a segurança no mundo". Procura dessa forma justificar o aprofundamento do processo de militarização da UE, o desenvolvimento de capacidades militares pela Agência Europeia de Defesa, o reforço da coordenação entre a NATO e a UE no domínio de projectos de "reunião e partilha" e "defesa inteligente" - respeitando as "actividades específicas" de ambas as organizações. Estas prioridades confirmam o que temos vindo a afirmar: que o processo de militarização da UE torna a UE no pilar europeu da NATO.
O verdadeiro objectivo é responder à agudização da luta no plano mundial pelo acesso e domínio das regiões de onde provêm recursos energéticos e matérias-primas fundamentais de que os monopólios da UE são dependentes.
O surgimento ou a ameaça de conflitos em países terceiros devido a fenómenos climáticos só será eficazmente resolvido se as suas causas forem devidamente identificadas e combatidas. Só haverá solução se for colocado fim ao neocolonialismo, à destruição das soberanias nacionais, ao domínio económico dos monopólios capitalistas, ou seja se se derrotar um sistema produtivo dominante baseado na depredação da natureza e na exploração do homem.