Um relatório com 91 artigos, obviamente, integra alguns aspectos com que concordamos, no entanto o presente relatório, apesar de tentar "dourar a pílula", é profundamente negativo, pelo que, claramente, o rejeitámos.
Este "apoia firmemente a criação de uma política europeia comum de imigração", saudando "as implicações institucionais do Tratado de Lisboa, em particular a extensão da co-decisão e da votação por maioria qualificada a todas as políticas de imigração" e congratulando-se "com a aprovação do Pacto Europeu sobre a Imigração" - isto é, uma desumana política de imigração de cariz securitário, criminalizadora, exploradora e selectiva dos imigrantes.
Se dúvidas existissem quanto aos propósitos da UE o relatório esclarece-as: a migração "continua a ser necessária para responder a necessidades a nível do mercado de trabalho" da UE (cerca de "60 milhões de trabalhadores migrantes até 2050"), pelo que se deve estabelecer "perfis migratórios" - sendo as "necessidades do mercado de trabalho um dos aspectos centrais destes perfis" - e "aumentar a atractividade da UE para trabalhadores altamente qualificados", nomeadamente através do "cartão azul" - isto é, uma visão desumana dos imigrantes, que apenas os encara como mão-de-obra a ser explorada.
Mais que uma política comum, o que é necessário é outra política que defendam os direitos dos imigrantes e combata as causas profundas da imigração.