Política internacional relativa ao clima após Copeganha: relançamento das negociações internacionais através de acção imediata
Sendo certo que a preservação da atmosfera terrestre deverá ser uma responsabilidade partilhada pelos diversos países, é também claro que a influência que cada um desses países foi exercendo sobre a atmosfera ao longo da história – e a que ainda hoje exerce – é muito diferente, o que determina que essa responsabilidade, por razões de elementar justiça, tenha de ser diferenciada.
Por outro lado, a definição da responsabilidade de cada país no esforço global de redução de emissões terá, pelas mesmas razões de justiça, que ter em conta as respectivas bases populacionais.
As emissões per capita da China são hoje quatro vezes inferiores às dos EUA e cerca de metade da média das emissões da UE. A Índia tem cerca um décimo das emissões médias da UE e vinte vezes menos do que as dos EUA. Neste momento, na Índia, há cerca de 500 milhões de pessoas (aproximadamente a população da UE) sem acesso à electricidade.
São por isso despropositadas e injustas as tentativas de responsabilização destes países pelo fracasso de Copeganha. Já para não falar na ridícula responsabilização dos países da ALBA, feita por uma resolução deste parlamento, uma posição só justificada por um facciosismo político absolutamente primário, que desvirtua e subverte o que efectivamente se passou em Copeganha.