As declarações da Senhora Lagarde revelam um profundo desprezo pelas crescentes dificuldades sentidas pelos trabalhadores e o povo. As referências que fez aos salários e aos apoios atribuídos face ao aumento do custo de vida (digam-se muito aquém do que seria necessário) demonstra claramente uma opção de ataque a direitos e que empurra as famílias para a pobreza.
Insiste no aumento das taxas de juro - já vai no oitavo aumento – e a perspetiva é que continuem a aumentar, com a justificação de travar a inflação, quando está mais do que demonstrado que a inflação resulta do aumento das margens de lucros dos grupos económicos, deixando evidente que o objetivo é o favorecimento desses grupos económicos, que são quem verdadeiramente está a beneficiar com o aumento das taxas de juros.
O contínuo aumento das taxas de juro está a tornar insuportável a vida das famílias que foram empurradas para o crédito à habitação com as prestações à banca a aumentarem 200, 300, 400 euros ou mais.
Perante o risco de as famílias poderem ficar sem as suas casas, não se pode ficar pelos lamentos das consequências desta decisão, como se fosse uma inevitabilidade, escudando-se numa decisão dita técnica, para não ter-se que tomar qualquer iniciativa.
E a questão que se coloca é o que vai o Governo fazer? Se vai continuar a recusar enfrentar os interesses da banca e dos seus lucros?