Pelo fim do Pacto de Estabilidade

Desde 1996 que alertamos para os perigos deste instrumento de governação
económica, aprovado em 1997 na Cimeira de Amesterdão, sob as boas
graças do Governo PS.

O Pacto de Estabilidade limita o desenvolvimento do País, desprovido
de qualquer racionalidade económica, permite atacar o sector público
— e assim acelerar o processo de privatizações em áreas
essenciais, colocando em causa serviços públicos e direitos essenciais,
como a saúde e a educação — e impõe a moderação
salarial. Os seus constrangimentos orçamentais colocam em causa o investimento
público e por consequência a cabal implementação
dos Fundos Estruturais. É irracional a tentativa de aplicação
de uma mesma política orçamental que não respeita as diferenças
de níveis de desenvolvimento sócio-económico entre os diferentes
países.

Os deputados do PCP ao PE e o seu Grupo GUE/NGL desenvolveram um diversificado
conjunto de iniciativas
, incluindo a realização de dois
debates em sessão plenária do PE e a apresentação
de propostas, onde reafirmaram a necessidade da suspensão e revisão
do «estúpido» Pacto de Estabilidade e da existência
de outras políticas que dêem prioridade ao emprego, aos serviços
públicos de qualidade, ao desenvolvimento sustentável e ao bem
estar das populações.

Você sabia que...

Após o Pacto de Estabilidade uma década perdida de convergência...

67,8% da média comunitária era quanto representava
o PIB por habitante — medida da riqueza — português em 2003,
ou seja, ao mesmo nível de 1993. Dez anos perdidos! Desde 1997, que o
PIB por habitante, utilizado a nível comunitário para auferir
a nossa convergência e a atribuição dos fundos estruturais,
não pára de descer, prevendo-se que assim continue até
2005.

GRÁFICO PIB HABITANTE

...e de mau desempenho económico

Entre 1991 e 2003, os restantes países da coesão e os principais
países da adesão aproximaram-se mais da UE que Portugal, em termos
de PIB por habitante.