A razão principal pela qual o PCP está nesta concentração é sobretudo para dizer que é preciso parar. É preciso parar a escalada de violência. É preciso parar a guerra. É preciso parar os ataques contra civis que condenamos.
Aquilo que é imperioso neste momento não é alimentar a escalada com acções e declarações que o podem fazer com trágicas consequências, mas sim abrir caminhos de diálogo, abrir caminhos de esperança que possam pôr fim imediato à confrontação, à violência. Que se possa proteger as populações, respeitar os palestinianos e israelitas que estão a sofrer com este conflito e, com isso, abrir um momento em que se possa olhar para as próximas horas, para os próximos dias. Não da perspetiva da lógica da vingança e da violência, mas sim na lógica de parar e discutir a paz.
Nós estamos a assistir uma dolorosa lição que é uma lição de décadas. É impossível a paz no Médio Oriente se não houver respeito pelos direitos de todos os povos que ali vivem. É esta situação dramática e dolorosa para todos nós. Representa exactamente isso. Não haverá paz no Médio Oriente se não houver respeito pelos direitos dos povos, incluindo do povo palestiniano. E era isto que o Governo português e as autoridades portuguesas, se deviam concentrar. Mais do que lógicas de julgamentos apressados de preto ou branco. Aquilo que é necessário neste momento trazer para a reflexão de todos é a esperança. A esperança de que é possível que os povos israelita e palestiniano vivam em paz. Lado a lado com os seus Estados, independente e soberano. E existe solução para essa esperança e essa solução não tem que ser inventada. Ela está plasmada nas resoluções das Nações Unidas que há décadas conferem ao povo palestiniano os seus direitos nacionais e o seu direito a edificar o seu Estado independente e soberano nas fronteiras anteriores a 1967. A viver lado a lado. Em paz com o Estado de Israel. Que é isso que o PCP defende e representa para esta crise.