Sr. Presidente,
Estávamos habituados a que empresas multinacionais efectuassem deslocalizações do País para o estrangeiro, para onde os custos da mão-de-obra fossem ainda mais baixos do que em Portugal. Agora, passamos a assistir a deslocalizações internas dessas multinacionais, levando atrás de si as marcas que tradicionalmente produziam e deixando em parte do todo nacional o panorama e o espectro do desemprego e, simultaneamente, ameaçando os poderes públicos de que, se não as deixarem fazer o que querem, abandonam, não a região, mas o País. Sr. Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, é neste quadro e sob esta ameaça que o famoso instituto independente do Governo dá o dito por não dito, revoga despachos, cede a pressões e ameaças.
Apenas e somente neste quadro! Por isso, esta decisão é inadmissível, tanto mais que, como qualquer minhoto que se preze sabe, Limiano tem a ver com Ponte de Lima, é uma marca não apenas registada, mas é uma marca na ourela, é uma marca de séculos para a região. É inadmissível, tanto mais que a multinacional recebeu apoios comunitários e do Estado. É inadmissível que as multinacionais continuem a fazer neste país o que querem, recebendo apoios, e que o Governo invoque agora pretensas independências para «lavar as mãos como Pilatos» deste assunto.