Passa meio século da guerra desencadeada por Israel em Junho de 1967, de que resultou a ocupação da totalidade da Palestina histórica, bem como de territórios da Síria e Egipto. À limpeza étnica de palestinianos que acompanhou a criação do Estado de Israel em 1948 e conduziu a muitas centenas de milhar de refugiados, sucedeu, com a guerra de 1967, nova vaga de refugiados palestinianos, muitos dos quais vivendo até à actualidade em campos de refugiados espalhados pela região.
A ilegal e criminosa ocupação dos territórios palestinianos da Cisjordânia, Gaza e Jerusalém Leste continua, sob diversas formas, até aos dias de hoje. Uma ocupação marcada pela violência quotidiana contra o povo palestiniano. Por assassinatos, prisões e torturas – evidenciados de forma clara na recente greve da fome de cerca de 1500 presos políticos palestinianos encarcerados nas masmorras israelitas. Pela destruição sistemática de casas, aldeias e campos de cultivo, e consequente expulsão da população palestiniana. Pela incessante expansão dos colonatos israelitas nos territórios ocupados. Pela construção por Israel do muro do apartheid, que serpenteia pelos territórios palestinianos ocupados. Pelas sucessivas guerras e agressões de Israel contra países limítrofes e mesmo a ameaça de recurso à arma nuclear de que dispõe – que fazem de Israel um factor permanente de desestabilização e um instrumento dos desígnios imperialistas, nomeadamente no Médio Oriente.
O PCP reitera nesta ocasião a sua solidariedade de sempre com a heróica luta do povo palestiniano pelos seus inalienáveis direitos nacionais. Saúda as organizações do movimento nacional palestiniano, cuja unidade – em que é justo assinalar o papel histórico da Organização de Libertação da Palestina (OLP) – é factor essencial para alcançar os justos e legítimos objectivos da luta do povo palestiniano. Saúda os corajosos cidadãos e as forças israelitas que condenam a política sionista de Israel e dos seus governos e lutam por uma paz israelo-palestiniana justa e duradoura. Saúda igualmente o movimento da paz e de solidariedade com o povo palestiniano em Portugal e a sua perseverante acção de esclarecimento e solidariedade.
O PCP continuará a intervir, incluindo ao nível da Assembleia da República e no Parlamento Europeu, pelo respeito e concretização dos direitos nacionais do povo palestiniano.
O PCP considera que o Governo português está constitucionalmente obrigado a contribuir para o cumprimento dos inalienáveis direitos do povo palestiniano e das pertinentes resoluções das Nações Unidas que condenam Israel e exigem a sua retirada dos territórios palestinianos da Cisjordânia, Gaza e Jerusalém Leste, ocupados em 1967.
Não haverá justiça, nem paz no Médio Oriente, enquanto não for cumprido o compromisso assumido há sete décadas pela ONU, e reiterado em numerosas resoluções posteriores, da criação de um Estado Palestiniano – um Estado soberano e viável, com as fronteiras anteriores a 1967 e capital em Jerusalém Leste, assegurando o direito de regresso dos refugiados.