O deputado o PCP ao Parlamento Europeu, João Pimenta Lopes, enviou hoje Conselho Europeu uma Pergunta Escrita sobre o assassinato de palestinos pelas forças militares israelitas. Na pergunta, o deputado questiona o Conselho sobre se já condenou publicamente a escalada de violência por parte de Israel, e que acções já tomou com vista ao reconhecimento da Palestina como Estado Membro da ONU.
No passado 24 de Março, a morte de dois jovens palestinos exército israelita em Hebron assumiu alguma expressão mediática pelo facto de um dos jovens ter sido ostensivamente executado por um soldado israelita, quando jazia, ferido e indefeso, no chão. Uma realidade que se tem multiplicado nos últimos seis meses, com a notícia de vários palestinos feridos, a quem é recusada assistência médica imediata.
Um relatório do Centro de Estudos e Documentação Abdullah Al-Hourani da OLP indica a morte de 23 palestinos pelas forças militares israelitas só no mês de Março, entre as quais 5 crianças e 2 mulheres. Desde Outubro o número de mortes de palestinos pelas forças de segurança israelita ascende a 209, entre as quais se contabiliza a morte de 47 crianças. No mesmo período foram mortos 28 israelitas. Várias instituições e meios de imprensa relatam igualmente, uma política de atirar para matar por parte do exército israelita, o aumento do número de feridos com munição real ou balas de borracha (380 no mês de março, sendo 45 crianças segundo o relatório) e o aumento do número de detenções arbitrárias de palestinos por prisão administrativa ou em detenções militares. Em fevereiro estiveram em detenção militar 440 crianças Palestina de acordo com a Defence for Children International - Palestine. Números que têm aumentado no único país do mundo, Israel, onde a cada ano são julgados em tribunais militares entre 500 a 700 crianças.
Acções perpetradas em total impunidade, assentes na escalada de violência de Israel sobre a Palestina, numa continuada postura colonialista, espezinhando o povo palestino e as suas legítimas aspirações e reivindicações. Acções a que se somam o aprofundamento da postura de expansão de colonatos, as provocações e agressões de colonos a populações palestinas, a ocupação de território palestino, nomeadamente na faixa de Gaza, a demolição de casas e pequenas quintas agrícolas.
Uma postura que merece total repúdio e condenação e que exige o reconhecimento da Palestina como um Estado membro da ONU, reivindicação do povo palestiniano.
Uma reivindicação e um inalienável direito que, para o PCP, é indissociável da exigência do cumprimento por Israel, por todos os Estados membros da ONU, e pelas organizações internacionais, das Resoluções da ONU que reconhecem os direitos nacionais do povo palestiniano, nomeadamente o direito ao estabelecimento do Estado da Palestina, soberano e independente, nas fronteiras anteriores a 1967, com Capital em Jerusalém Leste; o fim e desmantelamento de todos os colonatos e do muro de separação; o direito ao regresso de todos os refugiados palestinianos à sua pátria e a compensação do povo palestiniano por mais de seis décadas de ocupação.