PCP prop?e<br />Confer?ncia de Imprensa

A acelera??o, anunciada pelo Ministro Jorge Coelho, do processo de reestrutura??o da TAP visando a sua segmenta??o, privatiza??o e manuten??o da alian?a da TAP com a Swissair levanta as mais s?rias preocupa??es e reservas sobre decis?es estrat?gicas para o futuro da transportadora a?rea nacional que est?o muito longe de serem pac?ficas.O processo de alian?a estrat?gica com a Swissair/Qualiflyer tem sido fortemente questionado por especialistas do sector, pelas estruturas representativas dos trabalhadores e mesmo dentro da pr?pria Administra??o da TAP. N?s pr?prios, PCP, na ?ltima sess?o legislativa da anterior legislatura confront?mos o Governo com interroga??es sobre as consequ?ncias do processo de reestrutura??o da TAP para o futuro da empresa e da sua autonomia estrat?gica, tendo em conta, designadamente, os interesses nacionais, e mesmo para os resultados financeiros dos acordos negociados. As respostas do Governo n?o foram, ent?o, de modo algum satisfat?rias.E a demonstra??o de que o PCP tinha raz?o est? no facto de, a pr?pria nova administra??o da TAP ter sentido a necessidade de reequacionar e reavaliar todo o processo e procurar solu??es alternativas.O resultado do estudo sobre as diversas alternativas existentes, feito pela pr?pria TAP, e a que tivemos acesso, ? elucidativo e devastador.Citamos as conclus?es desse estudo: ?O Qualifyer ? no presente uma alian?a de companhias a?reas europeias liderada pelo SairGroup (Grupo Swissair), funcionando numa l?gica de grupo e procurando atrav?s da participa??o em v?rias empresas obter uma posi??o de dom?nio sobre os parceiros da alian?a.A alian?a Air France / Delta ? uma alian?a global, de que a TAP ? convidada a ser membro fundador e que pauta a sua filosofia de integra??o por uma l?gica de autonomia e complementaridade.Da an?lise dos pontos fortes e fracos das propostas e tendo em conta a metodologia utilizada para crit?rio de decis?o, a associa??o Air France / Delta apresenta vantagens comparativas em rela??o ao Qualiflyer sucept?veis de criar mais valor para a TAP, tendo em conta que:

  • Assenta na preponder?ncia da TAP como operador das trunk-routes (rotas chave) Lisboa/Porto/Paris, sendo que este ? o mercado natural da empresa e que representa um quarto do total de passageiros transportados na rede europeia, com acr?scimo de oferta de duas frequ?ncias ao aeroporto de Charles DeGaulle, o que ? um factor n?o s? de diversifica??o como de optimiza??o dos voos de conex?o;
  • ? uma alian?a global;
  • Associa um aporte de capital e de apoio ? tesouraria;
  • Permite complementaridade de rede e de oferta de servi?os para al?m dos destinos TAP, atrav?s do Hub de Paris e das liga??es ao interior dos Estados Unidos;
  • Apresenta uma maior identidade cultural e operacional com a TAP.?

A an?lise do estudo que conduz a estas conclus?es ? fortemente cr?tico da actual alian?a entre a TAP e a Swissair.Nele se pode ler uma lista de ?pontos fracos? que marcam esta alian?a, designadamente:

  • ?Actua??o do Sair Group de acordo com uma l?gica de grupo econ?mico, com exerc?cio de dom?nio sobre as empresas que controla maioritariamente, facto que lhes determina a perda de autonomia de gest?o e de imagem;
  • Devido a esta postura do SairGroup, verificou-se a desagrega??o do n?cleo inicial de Companhias a?reas, restando a perman?ncia no Grupo de companhias de menor dimens?o;
  • O esbatimento de imagem que possa vir a atingir a TAP poder? vir anular uma dos principais activos da empresa: a imagem que det?m no segmento de mercado alvo;
  • Aus?ncia de parceiro americano no QualiflyerGroup que proporcione a distribui??o local do tr?fego produzido em Portugal para destinos n?o operados pela TAP. Este facto ganha maior ?nfase a partir de 31 de Mar?o de 2000, data prevista para t?rminus do acordo entre a TAP e a DELTA;
  • A liga??o entre os Grupos Qualiflyer e One World, envolvendo a British Airways, a American Airlines e a Ib?ria, poder? vir a desviar tr?fego, originado na B?lgica e na Sui?a, dos destinos de longo curso da TAP tamb?m operados por aquelas companhias se bem que a express?o daquele tr?fego seja considerado limitada;
  • Agravamento do cen?rio de competi??o entre a TAP e a Portug?lia (do Grupo Esp?rito Santo), motivado pela participa??o do SairGroup nesta Companhia.
  • A liga??o entre os Grupos Qualiflyer e One World impedir? a TAP de aspirar a ser o representante da Pen?nsula Ib?rica na alian?a Qualiflyer;
  • Esta liga??o, verificando-se a aus?ncia de concretiza??o de acordos comerciais com a British Airways e com a Ib?ria, poder? constituir um risco de concorr?ncia agravada para as linhas de Londres e de Madrid.?

A pr?pria an?lise dos resultados financeiros da TAP em consequ?ncia do acordo com a Swissair s?o igualmente elucidativos. A compara??o dos resultados do 1.? semestre de 1999 (com acordo) com o per?odo hom?logo de 1998 (ainda sem acordo) mostra ?uma degrada??o significativa dos resutados? com uma ?degrada??o do yeld - rela??o receita de passageiros / unidade quilom?trica voada) ? de 6,5%?, pondo em causa todos os cen?rios que tinham levado ? alian?a com a Swissair.Isto ?, a pr?pria TAP reconhece as raz?es que assistiam ao PCP quando questionou, anteriormente, todo o processo nos debates realizados na Assembleia da Rep?blica.Neste quadro ? incompreens?vel a precipita??o do Governo quanto ? defini??o do futuro da TAP, da sua estrutura org?nica e do refor?o da sua liga??o ? Swissair, anunciada pelo Ministro Jorge Coelho que, de acordo com as informa??es vindas na comunica??o social, pretende levar j?, na pr?xima quinta-feira, a Conselho de Ministros a proposta de resolu??o com vista ? privatiza??o da empresa, ? defini??o das entradas no capital da transportadora a?rea nacional por parte do SairGroup e ? cis?o da TAP em tr?s empresas (transporte a?reo, manuten??o,assist?ncia em escala).Incompreens?vel a precipita??o tanto mais que o pr?prio estudo elaborado pela TAP refere que ?o curto espa?o de tempo dispon?vel? n?o permite o seu aprofundamento tanto no que toca ?s solu??es alternativas como no que se refere ?s consequ?ncias futuras da actual alian?a Qualiflyer.Ora, estando em causa uma empresa de elevado valor estrat?gico para o Pa?s bem como a estabilidade e o futuro de emprego dos seus cerca de 8.000 trabalhadores (para al?m do emprego que gera a montante e a jusante) ? inaceit?vel que o Governo fa?a op??es quanto ao seu futuro sem ter todos os cen?rios desenvolvidos e fundamentados. O que se reclama do Governo ? que suspenda todo o processo, reequacione todas as op??es e aprofunde os estudos necess?rios a decis?es que se devem orientar exclusivamente pelo interesse nacional.Para o PCP n?o est? provado, bem pelo contr?rio, a necessidade de segmentar e privatizar a TAP e o estudo a que temos feito refer?ncia coloca, no m?nimo, leg?timas d?vidas sobre a correc??o da orienta??o do Governo do Partido Socialista quanto ? defini??o das melhores alian?as estrat?gicas para a transportadora a?rea nacional.Os pr?prios valores de venda da TAP para efeitos de privatiza??o (60 milh?es de contos) levanta as mais s?rias interroga??es quando se sabe que esse foi o valor imposto pela Swissair contra uma avalia??o, realizada em Julho de 1998, que fixava o valor da TAP em 104 milh?es de contos.Acresce que a divis?o da TAP em tr?s novas empresas pode retirar ? TAP, num futuro pr?ximo, a possibilidade de manter algumas das respectivas ?reas de neg?cios.Perante isto tudo, ? caso para perguntar: que lobbies est?o, desta vez, a determinar a pressa e as decis?es do Governo ? Com que bases vai o Conselho de Ministros decidir sobre o futuro da TAP ? Que futuro reserva o Governo para a TAP: mero operador regional subsidi?rio da Swissair?Assim, o Grupo Parlamentar do PCP anuncia que vai propor ? Comiss?o de Economia que, com car?cter de urg?ncia, promova uma audi??o parlamentar sobre a TAP onde sejam ouvidos, entre outros, o Ministro do Equipamento, a Administra??o da Empresa e as estruturas representativas dos trabalhadores.

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