PCP promove acção nacional junto dos desempregados

Jerónimo de Sousa, Secretário-geral do PCP
Portugal entra no ano de 2010 com mais de 700 mil trabalhadores desempregados - 567 mil se não forem contados os inactivos disponíveis e o desemprego visível – sendo que cerca de metade destes não têm direito a subsídio de desemprego.
 
Para o PCP, o desemprego constitui um dos mais graves problemas do país. É um factor de chantagem permanente sobre os salários e de pressão sobre os direitos dos trabalhadores. Representa uma perda de produção e de poder de compra, com forte impacto negativo na economia, nomeadamente no mercado interno, um factor de pressão sobre o sistema de segurança social, um travão ao desenvolvimento. Contribui para a perda de saberes, de competências e de qualificações. Afecta a saúde e representa um risco de instabilidade pessoal e familiar e de exclusão social.
 
O desemprego significa uma gigantesca destruição de riqueza. A riqueza que poderia ser produzida pelos 700 mil trabalhadores desempregados, corresponde a mais de 20 mil milhões de euros anuais.
E a cada dia que passa, o Governo PS não só se revela incapaz de dar respostas à situação de milhares de desempregados, como  a sua política é um factor de agravamento da actual situação. 
É por isso que a resposta ao desemprego exige uma ruptura com a política de direita de sucessivos governos, uma opção pela defesa da produção nacional, pela elevação dos salários, pela valorização dos direitos de quem trabalha, em detrimento de uma política de apoio aos grandes grupos económicos que arrastou o país para a crise.
 
É necessária uma política que fomente a produção nacional, crie emprego e aproveite as capacidades dos trabalhadores. O objectivo do pleno emprego é possível com uma nova política económica e social.
 
Uma política que passa pela criação de postos de trabalho, através do estimulo ao desenvolvimento e crescimento económico o que exige o aumento do investimento público e privado e a aposta nos sectores produtivos e a expansão dos serviços à população. Uma política que previna e trave a destruição de postos de trabalho, combata as deslocalizações e realize uma adequada e atempada programação das reorganizações e reestruturações com formação e reconversão profissionais. Uma política que combata os despedimentos, com legislação laboral dissuasora e aplicação eficaz e que ponha fim aos despedimentos encapotados;
 
É urgente apoiar quem ficou desempregado. O PCP defende o alargamento do apoio aos desempregados e já levou por oito vezes esta proposta à Assembleia da República. A posição do PS, PSD e CDS-PP, bloqueou a resolução deste problema. O PCP defende a sua solução.
 

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