Sob o lema «Defender, fazer avançar e aprofundar a Revolução Democrática Nacional: o papel de Vanguarda do Partido Comunista Sul-Africano», realizou-se em Joanesburgo, de 10 a 15 de Julho, o XIV Congresso do PCSA.
O PCP esteve representado por João Frazão, da Comissão Política, que na mensagem que endereçou ao Congresso valorizou o percurso histórico de coragem, dedicação e determinação dos comunistas sul-africanos na luta contra o criminoso sistema do Apartheid, bem como o seu contributo para a consolidação do regime democrático.
O dirigente do PCP enalteceu ainda a entrega sem limites do PCSA, no quadro da Aliança Tripartida, à luta libertadora dos povos, à defesa intransigente dos interesses e direitos das classes trabalhadoras, dos mais pobres e desfavorecidos na África do Sul, ao respeito pelos seus diferentes povos e etnias, à defesa da soberania e da integridade nacionais contra as tentativas de ingerência e desestabilização, à construção de um país mais justo, mais próspero, mais igual, tendo como objectivo supremo a construção do socialismo.
Contando com a presença de 1819 delegados, provenientes das 10 províncias da África do Sul e da Liga da Juventude Comunista e representando cerca de 7000 organizações de base e 284554 militantes, e ainda com cerca de 400 convidados, em representação da comunidade académica e científica e de todas as componentes da Aliança que governa a África do Sul – a central sindical COSATU, os movimentos sociais reunidos na SANCO e o Congresso Nacional Africano/ANC –, o XIV Congresso constituiu um significativo êxito.
Os documentos aprovados, que analisam a situação no país, espelham a profunda ligação do PCSA aos problemas dos trabalhadores e do povo; definem as linhas de trabalho para o reforço da organização partidária, valorizando os significativos avanços, designadamente ao nível do recrutamento (que foi de quase 150 mil novos membros nos últimos cinco anos), e apontam medidas para superar atrasos e dificuldades. Neles afirma-se também a posição política do PCSA face ao actual momento da Revolução Democrática Nacional, apontando o empenhamento numa segunda fase da revolução, como caminho para a construção do socialismo na África do Sul.
O Congresso apontou ainda o caminho do reforço do trabalho com a COSATU para assegurar uma política centrada na promoção do emprego, na concretização da Reforma Agrária, na nacionalização dos sectores básicos da economia, como formas de combater o triplo problema central da África do Sul – o desemprego, a pobreza e a desigualdade. Foi ainda decidido aprofundar a luta contra a apropriação parasitária dos recursos públicos, bem como a captura do Estado pelos meandros da corrupção, apontando o aprofundamento da frente popular para defender e aprofundar a democracia e a soberania nacional.