O 6.º Congresso do Partidos dos Trabalhadores, realizado de 1 a 3 de Junho, em Brasília, analisou a conjuntura internacional e nacional, fez um balanço dos progressos económicos e sociais conseguidos pelos governos do PT no Brasil e as suas repercussões positivas na América Latina, razão fundamental do ataque do imperialismo.
Simultaneamente, o Congresso fez uma análise autocrítica a debilidades e a medidas tomadas que geraram descontentamento no seio dos trabalhadores e do povo brasileiro, num quadro da crise estrutural do capitalismo, em que a quebra do preço do petróleo foi um dos principais factores.
Particular atenção foi dada à estratégia política e ao programa de acção para passar à ofensiva contra o golpe que demitiu a presidente Dilma e aos novos golpes em preparação, como a eleição indirecta por um Colégio Eleitoral do Presidente da República em 2018, que a concretizar-se constituiria «mais um golpe, dentro do golpe». Por isso a luta do PT e de outras forças progressistas, as enormes manifestações, as greves nas empresas, a greve geral de 28 Abril e as lutas que se estão a preparar em vários pontos do Brasil têm como grandes palavras de ordem «Fora o Temer» e «Directas Já!». A rejeição das alterações às leis trabalhistas e à destruição da Previdência Social, que o governo golpista de Temer anunciou, são fortes motivos de mobilização para a luta, estando já marcada uma nova greve geral para o final deste mês.
O ambiente gerado em redor da apresentação de Lula da Silva às eleições presidenciais de 2018 é de enorme entusiasmo dentro e fora do PT, com as sondagens a colocá-lo em primeiro lugar. Este facto não impediu, no entanto, que o 6.º Congresso, dando prioridades à ligação aos trabalhadores e ao povo, e às suas reivindicações, tenha tratado com profundidade o funcionamento do PT e apontado medidas para o fortalecimento da organização partidária. Trata-se de intensificar desde já a ofensiva, para que em 2018 se concretize «Lula a Presidente».
As ilegalidades e o clima persecutório contra o PT, os ex-presidentes Lula e Dilma e outras forças democráticas continuam, mas a determinação e a confiança com que se encara a luta contra o imperialismo e o entusiasmo com que se olha o futuro, marcou o 6.º Congresso do PT.
Na saudação que o PCP, representado por Rosa Rabiais, membro da CCC, entregou ao Congresso sublinha-se a activa solidariedade dos comunistas portugueses a todos os militantes do PT, assim como do PCdoB, do MST e outras forças progressistas que convergem na luta para derrotar os planos da reacção e do imperialismo.