A convite do Movimento de Libertação Nacional Palestiniano, FATAH, o PCP participou na conferência "100 Anos da Declaração de Balfour", que se realizou no passado dia 2 de Novembro, em Ramalá, na Palestina.
Recorde-se que a Declaração de Arthur James Balfour, então secretário britânico dos Assuntos Estrangeiros, datada de 2 de Novembro de 1917, declarou o apoio do império britânico à Federação Sionista para a criação de "um lar nacional para o povo judaico" na Palestina.
Na conferência realizada em Ramalá, que contou com a participação de 12 partidos e organizações estrangeiras – tendo as autoridades israelitas negado a duas organizações convidadas a entrada em Israel, impedindo assim a sua participação na conferência –, foram abordados, entre outros importantes temas: a evolução da ocupação Palestina ao longo dos 100 anos que decorreram desde a Declaração de Balfour; a responsabilidade histórica do Reino Unido pelos crimes cometidos contra a população da Palestina durante o mandato de ocupação britânico e na promoção do projecto sionista de ocupação da Palestina, incluindo como instrumento para a ingerência e divisão do mundo árabe; a conivência da chamada “comunidade internacional”, nomeadamente dos EUA e da UE, com os sucessivos crimes cometidos por Israel; a contínua expansão dos colonatos israelitas, ilegais à luz do direito internacional; a política de Israel de perpetuação da colonização dos territórios palestinianos ilegalmente ocupados e de activo incumprimento e boicote de todo e qualquer processo negocial; a cumplicidade e apoio dos EUA a Israel e a necessidade de uma mediação que seja efectivamente “honesta”; a importância do reconhecimento alcançado pela Palestina junto de diversas instâncias da ONU, como a UNESCO; e, com particular destaque e importância, as conversações entre as diversas forças palestinianas para estabelecer um programa de unidade que lhes permita actuar a uma voz pelo justo objectivo do estabelecimento de um Estado da Palestina livre e independente.
Na sua intervenção e entre outros aspectos, o PCP teve a oportunidade de transmitir as saudações dos comunistas portugueses e reafirmar a sua solidariedade de sempre para com o povo palestiniano, com as forças políticas do seu movimento de libertação nacional – em que a Organização de Libertação da Palestina assume papel histórico central – e com a sua luta heroica pelos seus direitos inalienáveis, reconhecidos em numerosas resoluções das Nações Unidas, como o direito à edificação do Estado da Palestina livre, independente, soberano e viável nas fronteiras anteriores a 1967 e com capital em Jerusalém-Leste, bem como o direito ao regresso dos refugiados palestinianos e seus descendentes.