O PCP condena firmemente o brutal agravamento da repressão israelita contra o povo palestiniano e alerta para o perigo de uma nova escalada na política de expulsão forçada de palestinianos das suas casas e terras às mãos do actual Governo sionista de Israel.
O ano de 2022 registou o maior número de palestinianos mortos na Cisjordânia pelas forças de ocupação israelitas, registados pela ONU. O ascenso ao poder em Israel de um Governo ainda mais à direita, que integra representantes de forças de cariz fascista, foi acompanhado de um ulterior agravamento da violência nos territórios palestinianos ocupados. Nos dois primeiros meses de 2023 são já mais de sessenta os palestinianos mortos pelas forças militares e policiais israelitas. O brutal ataque de colonos israelitas contra a vila palestiniana de Huwara é expressão de uma escalada inaudita da violência, apenas possível pela conivência das forças de ocupação. Realidade que afirma a urgência de travar a repressão de Israel contra o povo palestiniano.
São inaceitáveis os «princípios» de governação anunciados pelo Primeiro Ministro Netanyahu para o rumo fascizante do seu novo Governo, nomeadamente que «o povo judaico tem direito exclusivo e inalienável à totalidade da Terra de Israel», explicitando que se refere não apenas à totalidade da Palestina histórica e, designadamente, aos territórios ocupados por Israel em 1967 – que a ONU reconhece como devendo constituir o futuro Estado da Palestina –, mas também aos territórios sírios dos Montes Golã, que Israel ocupou em 1967 e anexou em 1981. Tais «princípios» constituem uma violação aberta de todas as resoluções da ONU sobre a questão palestiniana, devendo ser claramente repudiados.
Condenando igualmente os bombardeamentos contra a Síria levados a cabo pelas forças militares israelitas, o PCP alerta para o perigo de que o Governo israelita se aventure numa nova guerra de graves proporções no Médio Oriente.
Quando se assinalam os 75 anos da Nakba – a sistemática expulsão dos palestinianos das suas casas e terras, que acompanhou a proclamação unilateral do Estado de Israel em 1948 –, é de sublinhar a inexistência de qualquer processo político visando a concretização dos inalienáveis direitos do povo palestiniano, amplamente reconhecidos e consagrados em inúmeras resoluções da ONU. Como é de sublinhar que as iniciativas tomadas pelo ex-Presidente norte-americano Trump, de suporte explícito à ilegal política de Israel – entre as quais a transferência da Embaixada dos EUA para Jerusalém e o «reconhecimento» da anexação dos Montes Golã por parte de Israel –, encontraram apoio no actual Presidente Biden.
O PCP considera que o Governo português deve assumir uma posição de clara defesa da imediata concretização do direito do povo palestiniano a um Estado soberano e independente, com as fronteiras de 1967 e capital em Jerusalém Oriental, e a efectivação do direito ao retorno dos refugiados, no cumprimento das relevantes resoluções da ONU.
Saudando o povo palestiniano que, sob as mais difíceis condições e usando as mais diversas formas de luta, prossegue a sua legítima resistência, o PCP apela à solidariedade para com a luta do povo palestiniano pelos seus inalienáveis direitos nacionais, pelo fim das provocações e da violência das autoridades e colonos israelitas, pelo fim do bloqueio imposto à Faixa de Gaza, pela libertação dos milhares de presos políticos palestinianos, incluindo menores, encarcerados nas prisões israelitas.