Uma delegação do PCP que integrava Francisco Lopes, membro da Comissão
Política, foi esta manhã recebida pelo ministro Adjunto José Sócrates
a quem entregou um abaixo-assinado dirigido ao Primeiro-Ministro, com
58 mil assinaturas reclamando a redução das tarifas da electricidade
em 15%.
Salienta-se o facto de no seguimento da iniciativa do PCP, se ir concretizar
pela primeira vez uma redução das tarifas da electricidade para os consumidores
domésticos.
É no entanto escandaloso que esta redução se tenha limitado a apenas 4,7%
para os consumidores domésticos, que representam a quase totalidade da população
portuguesa e que desde já se queira impedir a redução de tarifas no final de
1999, situação só possível pela cedência do governo e da Entidade Reguladora
às pressões dos grupos económicos e financeiros que crescentemente controlam
a EDP, com a sua privatização.
As tarifas da electricidade continuam a ser as mais elevadas da Europa e a
EDP teve 283 milhões de contos de lucro nos últimos quatro anos e prevê 120
milhões de contos para 1998, o que comprova a possibilidade de promover uma
mais significativa e continuada baixa de tarifas, sem pôr em causa a estabilidade
económica e financeira da empresa, o seu autofinanciamento e a melhoria da qualidade
de serviço.
O povo português com as actuais tarifas não está apenas a pagar o serviço
de electricidade, está a pagar uma sobretaxa para alimentar a especulação bolsista.
A EDP deve ser uma empresa de serviços públicos e não um aspirador dos orçamentos
das famílias, para transferir recursos para os lucros dos grupos económicos
e financeiros.
O facto de mais de 58 000 pessoas em poucos dias terem subscrito o abaixo-assinado
é significativo da opinião existente sobre a injustiça das tarifas da electricidade
e do apoio à sua baixa significativa, cuja exigência vai continuar.