No Encontro com o Primeiro Ministro realizado por ocasião da preparação do Conselho Europeu o PCP manifestou a sua profunda preocupação e desacordo a proposta de conclusões do Conselho que apontam para um endurecimento e aceleração das medidas contidas no pacote da Governação Económica e no Pacto para o Euro +.
Registando o elucidativo abandono do discurso da coesão e solidariedade, revelador da real natureza do processo de integração capitalista consubstanciado na União Europeia, o PCP denunciou a demagogia e profundas contradições que as propostas de conclusão do Conselho encerram nomeadamente no que toca às questões do alegado relançamento do emprego e da rectificação dos desiquilibrios macroeconómicos, quando é por demais evidente que as políticas seguidas até agora, reafirmadas e reforçadas nesta proposta de conclusões, têm tido como consequência uma autêntica catastrofe social - nomeadamente por via do aumento exponencial do desemprego - e um vertiginoso aprofundamento das desigualdades e assimetrias de desenvolvimento entre os países ditos perífericos e as principais potências, com destaque para a Alemanha.
Face à agenda de imposições do directório comandando pela Alemanha, que mais uma vez não hesita em condicionar e forçar as conclusões do Conselho, o PCP manifestou o seu mais veemente repúdio face à ideia de uma revisão dos Tratados, inaceitável quer no seu conteúdo – visando institucionalizar e transformar em obrigação legal as políticas de favorecimento do grande capital e das grandes potências, de reforço da ditadura do défice, de ataque aos direitos sociais laborais e de soberania dos povos, de regressão económica e social e de tremendo reforço do poder do directório – quer no seu método, concebida à margem e contra qualquer ideia de participação democrática dos povos na definição dos destinos da União Europeia.
Neste quadro o PCP lamentou e criticou a posição seguidista e submissa do Governo português que, nas palavras do Secretário Geral do PCP, cumpre o papel daquele que se coloca na mera posição de “escolher em que árvore se quer enforcar”, empurrando assim o País para um longo período de retrocesso e dependência.